A forma que encontramos para homenagear um pequeno ser que mudou nossas vidas. 

Para falar dela, só com cena de cinema.

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O cenário: uma rua da periferia da cidade de Mauá, no grande ABC paulista. Garoa fina caindo, 3 pessoas aguardando em frente a uma residência (nós). Do outro lado da rua, em uma poça d’água que acabara de se formar, uma senhora empurra com os pés uma das criaturas mais formosas que o destino colocaria em nossas vidas. Não sabíamos disso ainda, lógico. Estranhamos a cena e fomos conferir. Na poça estava ela, esticada, espumando pela boca, estática. Envenenamento? Não sabíamos. Mas não hesitamos. Colocamos aquela criatura em nosso carro e rumamos para a cidade de Santo André, onde havia um veterinário de nossa confiança para tratá-la. Durante todo o percurso até a clínica, olhávamos para ela e não acreditávamos que sobreviveria. Chegamos ao nosso destino e ela ainda estava viva. Segundo o doutor, as próximas 24 horas seriam decisivas para sua vida. Devidamente medicada, se salvar dependeria da vontade dela continuar a viver. Saímos da clínica sem esperança de vê-la viva novamente mas, de certa forma, em paz por termos proporcionado dignidade àquela pequena criatura.

No dia seguinte, quando não aguardávamos mais retorno do doutor, o telefone tocou e era da clínica, com a notícia de que ela havia sobrevivido ao envenenamento e estava de alta.

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E agora? O que fazer? Aonde colocá-la?

Ficamos felizes por tê-la salvo mas preocupados por não ter espaço para ela, pois já tínhamos outros pets em casa. De qualquer forma, fomos buscá-la. Ao chegar à clínica e ver aquela criatura sapateadora e de olhos brilhantes, cheios de vida, não tivemos dúvidas de que fizemos o correto e, de que ali, naquele momento, nascia uma nova história. História essa que perdura até hoje.

Ao longo destes 12 anos, aprendemos muito com ela e seus irmãos. Um amor incondicional.